CDU pondera apresentar queixa contra a Câmara das Caldas por falta de resposta a requerimentos

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A meio de mais um mandato autárquico a CDU das Caldas quis prestar contas do trabalho realizado, o que aconteceu numa conferência de imprensa que decorreu no passado dia 12 de Janeiro.
O desemprego, a falta de condições para os trabalhadores autárquicos, saúde, Linha do Oeste, lagoa de Óbidos e Hospital Termal, foram alguns dos temas pelos quais os comunistas se bateram na Assembleia Municipal e junto do poder central.
“Temos tentado ser porta-voz dos problemas e anseios dos cidadãos, que não têm voz na autarquia”, disse Vítor Fernandes, o único deputado comunista na Assembleia Municipal.

O deputado municipal Vítor Fernandes já apresentou, durante o actual mandato, diversos requerimentos na Assembleia Municipal das Caldas, mas não tem obtido resposta. A ausência de explicações da autarquia leva os comunistas a ponderar apresentar uma queixa a instâncias superiores.
“Começa a ser escandaloso não nos responderem a nada”, considera o deputado que, entre os requerimentos, apresentou um pedido de explicações à Câmara sobre a falta de pagamento dos subsídios de turno dos trabalhadores e a falta de equipamento e de condições para os funcionários do sector de higiene e limpeza.

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A CDU tem realizado diversas acções em defesa da Linha do Oeste

O mesmo dirigente lembra que ainda não foi aplicada aos trabalhadores da Câmara a “Opção Gestionária” (possibilidade desta atribuir uma classificação aos funcionários), que lhes permitiria a “mudança de nível e o aumento dos salários a mais de uma centena de trabalhadores”.
Os comunistas têm também denunciado o aumento do desemprego que, actualmente, afecta mais de quatro mil pessoas nas Caldas, dos quais “mais de metade não recebe subsídio”, alerta Vítor Fernandes.
Recentemente a CDU chamou de novo a atenção para a situação “degradante” em que se encontra a Zona Industrial caldense e para o não cumprimento das promessas da autarquia, que para ali tinha previsto um investimento de 700 mil euros em arranjos de pisos e passeios, estacionamentos, melhoria da iluminação pública e pré-instalação da rede de telecomunicações.

No que respeita à saúde, a defesa dos cuidados primários, do recrutamento de mais médicos e o funcionamento das extensões de saúde nas freguesias rurais foram uma das lutas dos comunistas, que participaram em debates e em diversas iniciativas promovidas nas várias localidades do concelho. “Denunciámos a política da ARS de Lisboa e Vale do Tejo que, com a criação das Unidades de Saúde Familiar, concentrou os médicos na cidade, pondo em risco a saúde dos utentes das freguesias”, referiu Vítor Fernandes, garantindo que continuam atentos, pois a situação “está longe de estar resolvida”.
O responsável recordou também que a CDU tem estado, desde a primeira hora, na defesa da Linha do Oeste e contra a supressão do serviço de passageiros entre as Caldas da Rainha e a Figueira da Foz que lesa as populações da região e o seu desenvolvimento. Foram feitos vários comunicados distribuídos aos utentes e população, e também aprovada uma moção em Assembleia Municipal, proposta por este partido, em defesa desta linha ferroviária.

“SOMOS OS MAIS COMBATIVOS”

De acordo com Vítor Fernandes, os comunistas foram também os “mais combativos” por uma intervenção urgente na Lagoa de Óbidos e propuseram na Assembleia Municipal a classificação da Lagoa como “Paisagem Protegida de Âmbito Regional”, que não foi considerada. O responsável destaca que a classificação dava às autarquias um “papel decisivo” na intervenção a efectuar naquele ecossistema.
Os comunistas estiveram ainda contra o encerramento das escolas primárias previsto para o concelho (que não chegaram a fechar) e da estação dos CTT de Santa Catarina.
A necessidade de um novo hospital para as Caldas da Rainha continua a ser uma bandeira para a CDU, que considera “insustentável” a situação do actual equipamento caldense, com as urgências em ruptura, as cirurgias em risco e as consultas de reumatologia transferidas para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Os comunistas apontam ainda o dedo ao presidente da Câmara, Fernando Costa, que “tanto embandeirou quando foi anunciada a fase de alargamento do hospital”.
No que respeita ao Hospital Termal, defendem a sua permanência no Serviço Nacional de Saúde.
Vítor Fernandes falou ainda sobre as obras de regeneração urbana, que diz serem bem-vindas, mas que irão “criar condicionalismos”, nomeadamente no comércio. O dirigente comunista perguntou também para que são estas obras se depois os espaços não têm vida.
Referindo-se à zona do Largo João de Deus (onde estão a ser efectuadas obras de requalificação) explicou que “muitos dos edifícios estão deteriorados e não há comércio”, defendendo que se aproveitasse a intervenção para incentivar à instalação de pessoas e comércio naquele local, dando-lhe “mais vida e desenvolvimento”.
Os deputados eleitos pela CDU, na Assembleia Municipal e na Assembleia de Freguesia de Santo Onofre, têm também sido porta-vozes das reivindicações dos cidadãos em assuntos como a situação dos cemitérios, esgotos na via pública e maus cheiros, ruas e passeios em mau estado falta de higiene e limpeza, barulho nocturno e aumento da insegurança, entre outros.

1 COMENTÁRIO

  1. Mas relativamente ao aumento do preço da água e aos problemas reais das freguesias rurais nada diz.
    Isto demonstra bem a irrelevância crescente dos comunistas, que parecem cegos eternamente aprisionados num labirinto cheio de fantasmas.
    São “os mais combativos”? Podem ser mas não é pelo que interessa às populações.