Deputados do Oeste aprovam por unanimidade a conta de gerência da OesteCIM

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Na reunião, que juntou os autarcas dos 12 municípios, foi feito um ponto da situação dos assuntos de âmbito regional

A conta de gerência da Comunidade Intermunicipal do Oeste (Oeste CIM), que encerrou o ano com uma receita de 1,4 milhões de euros e uma despesa de 1,5 milhões de euros, foi aprovada pelos 58 deputados que compõem a assembleia daquela entidade e que provêm das forças políticas representadas nas assembleias municipais dos 12 municípios.
De acordo com o relatório, houve um decréscimo na receita relativamente a 2010 de cerca de 1,07% e um acréscimo na despesa superior a 11%.
A execução orçamental da receita foi na ordem dos 21,1% e da despesa de 19,7%.
Durante a apresentação das contas, o secretário executivo da OesteCIM, André Macedo, destacou a dinâmica, em 2011, dos projectos iniciados no ano anterior, assim como o trabalho conjunto entre aquela associação e os técnicos dos vários municípios para a concretização de projectos como foi o caso do Sistema de Informação Geográfica, a Rede Oeste Empreendedor, o programa Oeste Mais Igualdade, ou a Central de Compras.
O responsável explicou ainda que houve projectos com alguma dificuldade de execução, devido a mudanças operacionais na gestão dos fundos comunitários.
André Macedo destacou ainda o esforço dos 12 municípios em pagar as suas quotas.
Nesta reunião, que juntou os deputados dos 12 municípios que compõem a comunidade intermunicipal, foi feito um ponto da situação dos assuntos de âmbito regional, nomeadamente a reorganização na saúde e a  linha do Oeste.

Os 58 deputados que compõem a Assembleia votaram favoravelmente a conta de gerência de 2011

O deputado caldense Jorge Sobral (PS) deixou um apelo ao conselho executivo da OesteCIM para não deixar passar a oportunidade de, mais uma vez lutar pela construção de um aeroporto na Ota, agora que o governo defende a existência de um aeroporto relativamente perto da capital (a solução Portela + 1). “Faz todo o sentido que levantemos a voz e que se olhe para as quase certezas da nossa região”, disse Jorge Sobral, acrescentando que, do que tem conhecimento, do ponto de vista militar, a Ota está praticamente parada.
De acordo com o presidente da OesteCIM, Carlos Lourenço, o assunto já foi abordado pelo conselho executivo da associação e voltarão a falar nele na próxima reunião de autarcas para retomar o dossier.
Relativamente às questões de saúde, Carlos Lourenço explicou que já reuniram com o secretário de Estado da Saúde e ficaram a saber que a intenção do governo é a criação de um só agrupamento de centros de saúde, envolvendo os actuais agrupamentos de saúde Oeste Norte e Sul. De fora ficarão os concelhos de Arruda e Alenquer.
O também presidente da Câmara de Arruda dos Vinhos, defendeu ainda que é preciso lutar para ter mais condições, mas contando com o Oeste como um todo. “Não há norte nem sul, há uma região que queremos defender, sem capelinhas”, disse o responsável, respondendo assim à intervenção do deputado da CDU caldense, Vítor Fernandes, que considera que o Oeste Norte fica prejudicado com esta fusão dos centros de saúde.
Vítor Fernandes mostrou a sua preocupação com o facto de na zona norte existirem cerca de 15 mil utentes sem médico de família e na zona sul esse número ascender aos 70 mil. Considera que com esta reestruturação muitos utentes irão ficar sem médico e “empurrados” para o sector privado.

Municípios do Oeste e do Baixo Mondego procuram soluções para a ferrovia

No que respeita à Linha do Oeste, Carlos Lourenço informou os deputados que na próxima semana haverá uma reunião entre a OesteCIM e a Baixo Mondego CIM no sentido de, em conjunto, encontrarem soluções para a Linha do Oeste e a ferrovia. Este encontro partiu de uma abordagem feita a Carlos Lourenço pelo presidente da Câmara de Cantanhede, onde também fizeram um estudo sobre o transporte de mercadorias.
Para o presidente da Junta de Freguesia do Paínho, Pedro Costa, terá que haver um maior investimento ao nível do material circulante. “A Linha do Oeste é servida pelas automotoras mais antigas do país e isso não a dignifica”, referiu.
O deputado Rogério Cação, aproveitou a proximidade das datas para fazer uma saudação ao 25 de Abril e ao 1 de Maio. Em tom irónico, o deputado comunista referiu que “qualquer dia temos mais desempregados a celebrar o 1º de Maio do que trabalhadores”, acrescentando que este é um país que não dá esperança às pessoas.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

Congresso do Oeste adiado sine die

Inicialmente prevista para Abril, a realização do Congresso do Oeste foi adiada, sem data marcada. “Iremos ver a oportunidade para, à luz dos tempos actuais, realizar um congresso com dignidade”, explicou António José Correia, presidente da  ADRO, a entidade organizadora do evento.
De acordo o também presidente da Câmara de Peniche, tinha sido combinado com os trabalhadores da agência de desenvolvimento regional que estes iriam trabalhar na organização do evento, mas a determinada altura foram confrontados com uma notificação da Agência Nacional de Qualificação que indeferia o seu centro de novas oportunidades, mandando os trabalhadores para a rua.
Entretanto já conseguiram anular essa intenção de indeferimento, permitindo assim manter os 17 postos de trabalho na ADRO até Agosto. “Durante todo este tempo sentimos que não havia motivação dos trabalhadores para preparar o congresso”, explicou António José Correia.
O primeiro Congresso do Oeste foi realizado em Torres Vedras em 2000. Em 2003 realizou-se a segunda edição nas Caldas da Rainha e em 2007 em Alcobaça.

F.F.

2 COMENTÁRIOS

  1. Em que é que a dita Comunidade Intermunicipal do Oeste gasta 1,5 milhões de euros por ano? A fazer o quê? O que ganham com isso as populações dos concelhos do Oeste? E como é que é que possível que nenhuma das várias dezenas de criaturas que compõem a assembleia da coisa se mostre sequer inquieta com o facto de as receitas serem de 1,4 milhões e as despesas serem de 1,5 milhões? Porque, na prática, somos todos nós que vamos ter de pagar essa diferença. Para começar, claro, porque vai sobrar muito mais, quando se descobrir o verdadeiro “buraco” financeiro da coisa.