Protecção de menores do Bombarral aposta na prevenção

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A prevenção foi o principal mote da visita realizada a 17 de Março por Armando Leandro, presidente da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco (CNPCJR) ao Bombarral.
Na sequência desta visita a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) do Bombarral irá aderir ao projecto Tecer a Prevenção, que visa incrementar um programa de prevenção abrangente, para evitar que os menores fiquem em situações problemáticas.
Na reunião com os responsáveis bombarralenses, o presidente da CNPCJR realçou que “se não prevenirmos nunca teremos a possibilidade de reduzir drasticamente os casos de perigo”, para além de que, enquanto se previne, “não há perigo, com a criança mais salvaguardada”.
No âmbito do projecto “Tecer a Prevenção” será feito um autodiagnóstico da própria comissão, seguindo-se a verificação da “situação infanto-juvenil existente no concelho, ou seja, se existem, por exemplo, mais casos de violência doméstica, de maus tratos ou de abandono escolar”.
Desde trabalho, resultará um Plano Local de Promoção e Protecção dos Direitos da Criança, que posteriormente será apresentado à comunidade.
“Hoje está mais que provado que sem qualidade de infância não há qualidade humana, uma vez que é nos primeiros tempos de vida que a criança estabiliza e fortalece a sua personalidade”, acrescentou.
A Comissão Nacional propôs ainda à CPCJ do Bombarral a adesão ao mês da prevenção de maus-tratos às crianças, que decorre em Abril.
Abandono escolar é a principal preocupação
Sobre o funcionamento das comissões, Armando Leandro frisou que as comissões são uma expressão da própria comunidade e, tendo em conta o importante papel que desempenham, “as entidades públicas que a integram devem ter a preocupação de indicar uma pessoa com perfil de forma a terem uma representação de qualidade”.
Segundo Armando Leandro, as comissões centram a sua intervenção no “apoio aos pais, sendo as crianças retiradas apenas em último caso”, para que as famílias assumam as suas responsabilidades.
Ao nível nacional, Armando Leandro refere que actualmente o abandono escolar é a problemática mais preocupante, algo que deriva do aumento da escolaridade obrigatória até ao 12º ano.
“Há uma percentagem de jovens cuja idade não corresponde ao ano escolar e nesse sentido temos que fazer um esforço para os ajudar a conseguir concluir a sua formação escolar e profissional”, referiu.
Apontando esta situação como “uma deficiência social grave”, Armando Leandro defende um investimento cada vez maior na educação, “senão perdemos um capital extraordinário”.
Outra questão preocupante é a da violência doméstica, “aquela em que a criança não é atingida mas assiste ou pressente e a assimila”, frisou o presidente da comissão nacional.
Armando Leandro reuniu ainda com o presidente da Câmara do Bombarral, José Manuel Vieira, e com a vereadora do pelouro da acção social, Rosa Guerra, os quais realçaram a importância do trabalho que a comissão local desenvolve.

Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt