Dia forte dos encontros de angolanos passou a ser ao domingo

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huila3Este ano ficou demonstrada a tendência para os encontros de angolanos nas Caldas da Rainha terem mais pessoas a participarem ao domingo, do que nos outros dias dos fins-de-semana em que se realizam.
Depois do 30º encontro dos amigos do Huambo, que se realizou a 28 e 29 de Junho, a Mata Rainha D. Leonor recebeu, de 11 a 13 de Julho, o 37º convívio “Os Inseparáveis da Huíla”. Ambos os eventos reúnem anualmente milhares de naturais e ex-residentes daquela província angolana nas Caldas da Rainha e o domingo passou a ser o dia mais concorrido.
Segundo o presidente da Associação Recreativa e Cultural dos Inseparáveis da Huíla (ARCIH), Carlos Faria, tal deve-se ao facto de uma grande parte dos participantes já não ter condições, “por causa da crise”, para ficar nas Caldas durante todo o fim-de-semana. “No sábado foi um bocado fraco. Já o ano passado tínhamos notado uma queda, mas em 2014 notou-se ainda mais”, referiu o responsável. Em compensação, há uma grande concentração no domingo. Terão passado pelo recinto mais de 2000 pessoas.
Como sempre, neste encontro houve muitos reencontros, memórias partilhadas e muita animação, com parte dos participantes a passarem três dias acampados na Mata. Também muitos caldenses acabam por participar nos momentos de animação musical e aproveitam ainda para provarem a gastronomia angolana.
Este ano a Câmara Municipal assegurou o pagamento na íntegra dos 1270 euros exigidos pelo CHO para a realização do evento na Mata (propriedade do Centro Hospitalar). Em 2011, o então Centro Hospitalar Oeste Norte, com a nova administração de Carlos Sá, passou a cobrar esta presença, quebrando assim a tradição de ceder gratuitamente o espaço da Mata.
Os Inseparáveis do Huíla chegaram a pensar em mudar o encontro para outra cidade, mas a autarquia acabou por apoiar estas organizações, permitindo que estes eventos, que trazem milhares de pessoas à cidade, continuassem a realizar-se nas Caldas.
Carlos Faria, que vive nas Caldas da Rainha, destaca que uma grande parte dos participantes acaba por tomar algumas refeições e fazer compras na cidade. Há até quem venha de Angola só para participar nestes encontros. “Algumas pessoas passam todo o ano a pensar nestes dias e nunca nos deixariam acabar com o evento”, concluiu.
Para o próximo ano está prevista a presença do adido cultural da Embaixada de Angola, Luandino de Carvalho, que já mostrou a sua disponibilidade para participar no encontro.

Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt