Caldas e Óbidos não estão receptivas a receber a gestão da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste

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Os municípios das Caldas da Rainha e Óbidos não estão receptivos à possibilidade de ficar com a gestão da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste (EHTO), apesar da vontade do governo em municipalizar este estabelecimento de ensino.
Para ontem, quinta-feira, já após o fecho desta edição, estava prevista uma reunião entre o Turismo de Portugal e os presidentes dos dois municípios, cuja ordem de trabalho ambos os autarcas desconheciam.
O presidente caldense, Tinta Ferreira, disse à Gazeta das Caldas que desconhece o teor da proposta, mas não vê com “bons olhos” uma possível passagem da gestão destas escolas para as autarquias. Na sua opinião, estas devem continuar a pertencer à rede nacional de escolas de turismo, o que lhes confere uniformidade e prestígio.
Também o presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, desconhece o motivo da reunião, mas recorda que o secretário de Estado do Turismo lhe tinha dado a garantia que as escolas das Caldas e Óbidos não iriam encerrar. De acordo com o autarca, numa altura em que se regista um sucesso na inserção dos alunos destas escolas no mercado de trabalho, e em que é conhecido o profissionalismo do corpo docente e a forma como têm exercido o processo educativo, “fazer qualquer alteração é criar entropias”.
Humberto Marques revela ainda que este é um ensino vocacional, que integra uma rede de escolas e que ao ser entregue às autarquias, está-se a quebrar essa rede “de uniformidade, experiência e transferência de conhecimento, que é vital”.
O director da EHTO, Daniel Pinto, esteve presente numa reunião com a direcção do Turismo de Portugal, há cerca de um mês, onde foi comunicado aos directores das 14 escolas que existem no país a intenção de vir a envolver os actores locais na gestão destes estabelecimentos. Desde então não teve mais informações e revela que as reuniões a realizar serão entre a direcção da entidade que tutela as escolas e as autarquias.
Entretanto, a escola já está a preparar o próximo ano lectivo que, terá, pela primeira vez a funcionar – ao nível das escolas da rede do Turismo de Portugal – o curso de Padaria Avançada. Serão realizadas obras de adaptação na escola caldense de modo a que esta oferta formativa possa avançar. “Há uma perspectiva de investimento na escola e boas perspectivas”, diz Daniel Pinto.
Além deste curso irão funcionar mais cinco: Gestão e Produção de Pastelaria (duas turmas), Gestão de Turismo, Técnicas de Cozinha e Pastelaria, Técnicas de Serviço de Restauração e Bebidas e Operações Turísticas e Hoteleiras.
Destes, dois são de especialização tecnológica e os outros três garantem dupla certificação (profissional e habilitação académica ao nível do 12º ano).

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt