A Semana do Zé Povinho

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CapturaSer português a trabalhar no estrangeiro é um desafio que muitos nacionais vivem e viveram desde há vários séculos, melhor, desde as primeiras aventuras além fronteiras, quase desde a fundação da nacionalidade.
Zé Povinho sente também em si uma alma de expatriado, mas que mantém o seu coração bem próximo do torrão pátrio, até porque também viveu idêntica experiência quando o seu criador – Mestre Bordalo Pinheiro – também se aventurou no último quarto do séc. XIX em terras do Brasil.
Por isso, é com viva alegria e regozijo que olha para os conterrâneos caldenses que criaram nos Estados Unidos da América, há cerca de três décadas, a Associação Regional Caldense para manter o espírito caldense, bem como desenvolver os laços de amizade, camaradagem, ajuda mútua e integração no ambiente americano.
Periodicamente atribuem a instituições locais apoios financeiros e materiais resultantes de realizações festivas, bem como oferecem também bolsas de estudo a filhos de associados que terminam o ensino secundário e que vão ingressar no ensino superior.
Por se distinguirem assim pela positiva e com forte empenho de solidariedade, Zé Povinho aproveita a eleição dos novos corpos gerentes para o próximo triénio para os felicitar na pessoa de Jorge Ventura, homem dinâmico e combativo que estudou nos anos 60 na Escola Industrial e Comercial (hoje Bordalo Pinheiro), que bem merece esta distinção em nome de todos os emigrantes portugueses nos EUA ou noutros países do mundo.

CHO_Jorge_Sa01Já não há paciência para as incongruências do Dr. Carlos Sá no que concerne à gestão do extenso património termal das Caldas da Rainha. Os caldenses estão desgostosos com o desinteresse que tem manifestado nos últimos tempos, depois do Ministério da Saúde e outros organismos públicos terem tornado patente o desinvestimento que o governo actual queria fazer nas termas mostrando assim uma intenção velada de ignorar aquilo que é a sua génese.
Ainda por cima, depois do Dr. Carlos Sá ter a certa altura mostrado o interesse e empenho pelas termas em actos púbicos, veio mais tarde esquecer esse alegado interesse e abandonar qualquer preocupação com o Hospital Termal e a sua herança cultural.
Vem isto a propósito do abandono do lago do Parque D. Carlos I, que mesmo assim fica aquém do que se passa com as termas. Para o bem e para o mal, enquanto aqueles activos do CHO não passarem para a Câmara, compete ao Centro Hospitalar do Oeste (enquanto titular daquele património público que tem um valor incomensurável) administrar devidamente aquilo que por lei está ao seu cuidado.
No entanto, até para fazer uma coisa óbvia que é a limpeza do lago, foi preciso o CHO fazer um acordo com entidades diversas, para além da Câmara e Junta de Freguesia, apesar de cobrar alugueres dos eventos que se realizam naquele espaço.
Por isso, é grotesco ou sintoma de um desinteresse inexplicável que a administração do CHO nem consiga descentralizar a responsabilidade pela exploração dos barcos de recreio no lago. Aquilo que desde há mais de cem anos era um factor de atracção para muitos caldenses e forasteiros foi este ano interrompido sem que a administração do CHO se dignasse explicar porquê.
Fossem quais fossem os motivos ou as dificuldades, bastaria ao Dr. Carlos Sá passar-lhe pela cabeça que poderia concessionar a exploração dos barcos a uma qualquer associação sem fins lucrativos local para resolver a questão. Não faltaria certamente quem estivesse interessado.
Zé Povinho confessa-se desiludido e apreensivo com o futuro do património termal se avançarem as hipóteses que são conhecidas. Teme, por isso, que também a Câmara, que está a ter as maiores dificuldades em gerir as obras na cidade por falta de pessoal capacitado e em número satisfatório, possa vir a gerir um Hospital Termal.
Mas o Dr. Carlos Sá (em nome de um ministério da Saúde relapso) também não está a facilitar as coisas e vai deixar uma herança que demorará muito tempo a recuperar.