PS/CALDAS – Encontros de Agricultura

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O PS das Caldas promoveu na passada sexta-feira, 12 de Setembro, no Salão da Sociedade de Instrução Musical, Cultura e Recreio de A-dos-Francos, mais uma sessão de “Encontros”, desta feita sobre Agricultura. O evento desenvolveu-se em dois painéis, respectivamente Política Agrícola Comum e Nacional e os Desafios do Oeste, foi moderado por Alberto Gonçalves, e teve por convidados José Canha, Lacerda Fonseca, José Alexandre Batista e João Batista. Realizado numa freguesia iminentemente rural, as cerca de cinco dezenas de pessoas presentes, grande parte delas agricultores, não só ouviram como tiveram oportunidade de participar numa discussão pela qual perpassaram as potencialidades e as fraquezas do sector agrícola, em especial da região. Especiais características climáticas e dos solos do Oeste, assim como o associativismo, inovação, empreendedorismo e perseverança dos agricultores foram amplamente referidos para justificar as potencialidades deste sector na nossa região, em especial no que toca à hortofruticultura. Empreendedorismo foi precisamente do que tratou João Batista, que falou sobre agricultura biológica, de cariz iminentemente ecológico, e a sua experiência no Mercado de Óbidos, onde vários agricultores da região vendem, no mesmo espaço onde se comercializam livros, produtos biológicos. E nem o preço tendencialmente mais elevado destes produtos, segundo sustentou, afugente a clientela, que tem vindo a aumentar sustentadamente. Igualmente o associativismo, espírito de equipa e de participação dos agricultores foram destacados por Lacerda Fonseca, que apontou precisamente estes domínios como factores de destrinça entre a maior capacidade dos países nórdicos relativamente aos do Sul da Europa. Na mesma linha, quer José Canha, quer José Alexandre Batista reforçaram a necessidade de restruturação das Organizações de Produtores, nomeadamente com a sua agregação, com vista a ganharem maior escala e, consequentemente, mais competitividade na colocação do produto no exterior. Conforme sustentaram Canha e Alexandre, a união das Organizações de Produtores poderá ser mesmo decisiva para que Portugal possa tirar maior partido dos mais de 8000 ME até 2020 no âmbito da PAC, mormente ao nível do chamado 2º Pilar, de apoio ao investimento. Sector cada vez mais gerador de emprego no nosso país, com um volume de negócios ao nível das exportações que ascende a 1000 ME/ano, continua, não obstante, a apresentar rendimento empresarial agrícola inferior à média comunitária a 27 e ainda com tendência a diminuir, como sublinhou, não sem preocupação, Lacerda Fonseca. Como que demonstrando a dificuldade com que os agricultores do Oeste se debatem, apresentou José Alexandre Batista um quadro referente aos preços médios da pera rocha nos últimos 5 anos, donde resulta um ganho do produtor de cerca de € 0,09 por kg; ou seja, sensivelmente 10% do valor que chega ao consumidor final. Realce, ainda, para o principal pedido que os convidados deixaram aos governantes: continuidade das políticas agrícolas. Que o Estado seja igualmente parceiro e acompanhe os projectos de princípio ao fim, defendeu José Alexandre Batista. A Secção das Caldas do PS vai continuar com estes “Encontros”, sendo o próximo sobre a Educação. PS das Caldas da Rainha