Vendedores só regressam à Praça em finais de Outubro

0
516

FotoPraca4ColunasO presidente da Câmara, Tinta Ferreira, prevê que no final de Outubro os vendedores possam voltar à Praça da Fruta. A data inicialmente prevista para concluir esta obra era em finais de Junho, tendo sucessivamente derrapado. Desta vez as fortes chuvadas de Setembro justificam, segundo o autarca, este novo adiamento.
Quem não vê com bons olhos esta sucessão de adiamentos nos prazos das obras é a oposição socialista, que critica a gestão das obras por parte da  autarquia e destaca os prejuízos que estes atrasos têm causado à vida dos caldenses.

“Estamos a trabalhar para que a Praça da Fruta volte a funcionar ainda no mês de Outubro”. As palavras são do presidente da Câmara, Tinta Ferreira, que prevê que o regresso dos vendedores seja feito a uma segunda-feira e que no fim de semana anterior haja uma inauguração com actividades culturais. O autarca refere que tinha indicações, por parte dos serviços técnicos e da empresa, que a calçada estaria concluída até ao final deste mês, mas que “pelas condições climatéricas que têm ocorrido, é provável que a obra resvale para meados de Outubro”.
À Gazeta das Caldas o autarca destaca que o facto de definir prazos, apertados, tem também o propósito de “impor alguma exigência e que as coisas possam correr com mais celeridade”.
Antes de a praça abrir, a Câmara pretende simular com os vendedores a instalação dos toldos e das bancas, que já estão feitos e guardados no edifício junto ao Espaço Turismo.
Entretanto, na praça já foram colocados alguns bancos que, pela sua forma e materiais utilizados, têm gerado opiniões discordantes. Tinta Ferreira diz que este mobiliário urbano irá ficar naquele local, até porque era o que estava previsto em projecto, no programa de concurso e caderno de encargos. “Foram colocados à discussão pública há quatro anos”, recorda, destacando que apesar da opinião que possam suscitar, são “ergonomicamente adequados e uma marca do nosso tempo”.
O autarca explicou ainda que a sua dimensão e peso levam a que não tenham que ficar fixos à calçada e que esta não tenha que ser perfurada.
Naquele local serão ainda colocadas floreiras, bem como a reposição dos candeeiros já lá existentes e que entretanto foram a restaurar.
Com a intervenção na Praça haverá também uma nova rigidez no estacionamento em seu redor. Está previsto um período do dia para cargas e descargas e depois o estacionamento será condicionado, com parquímetros, de modo a possibilitar uma maior rotatividade.

Obras na cidade até Março de 2015

A Rua Diário de Notícias irá abrir ao trânsito por estes dias. Aliás, já estaria aberta desde o início da semana se não fossem as fortes chuvadas que caíram. “É preciso tempo para garantir que, com a chuva, a calçada assente para a abrir ao tráfego”, explicou o autarca.
A Rua de Camões já entrou em obras e entretanto será cortada ao trânsito. A perspectiva é que tanto na Rua de Camões como no Largo Conde de Fontalva (Rainha) os trabalhos possam estar concluídos até ao final do ano. “Vamos ver se as condições climatéricas nos ajudam”, diz o autarca, fazendo notar que as obras têm sido prejudicadas pelo mau tempo que se fez sentir durante o inverno passado e agora já em Setembro. “Tivemos índices de pluviosidade concentrada, durante o mês de Setembro, como já não se registava há sete anos”, informou.
Ainda assim, faz notar que as intervenções da regeneração urbana “contribuíram de forma decisiva para que não se verificassem os impactos negativos que existiam na cidade ao nível das inundações”.
Relativamente ao parque de estacionamento subterrâneo da Praça 25 de Abril, Tinta Ferreira prevê agora a sua conclusão para finais de Novembro depois de, há um mês, ter admitido à Gazeta das Caldas que poderia terminar em finais de Outubro.
No próximo mês será feita a intervenção na parte que falta da Avenida 1º de Maio e estará também concluída a obra do Hemiciclo, permitindo que os carros voltem a transitar naquela zona. A obra na Rua Dr. António Sérgio deverá estar concluída em finais de Outubro.
Para 2015 ficará a execução na Rua Eng.  Duarte Pacheco. De acordo com Tinta Ferreira esta data não compromete o apoio comunitário, que inicialmente previa que as obras estivessem terminadas em 31 de Dezembro de 2014. “Existem conversações no sentido de poder obter a manutenção da comparticipação dos fundos comunitários”, disse, acrescentando que actualmente o “deadline” atribuído à Câmara é 31 de Março de 2015.
O autarca garante também que os atrasos nas obras não acarretam mais custos e que isso só aconteceria se a Câmara tivesse feito alterações aos projectos ou exigisse que as pessoas trabalhassem fora do seu horário de trabalho. “Estes atrasos não são da responsabilidade da Câmara, o valor contratualizado é o que está em curso”, afirmou.

As criticas da oposição
A falha nas datas para a conclusão das obras é fortemente criticada pela oposição socialista. No seu seu blog (vereadores PS Caldas) referem que é “iniludível que o Sr. Presidente falhou todas as suas previsões” e acrescentam que invocar que o “alarde de datas inverosímeis e enganosas constitui uma estratégia para obrigar as empresas a concluir prazos é especialmente penoso de se ouvir”.
Os vereadores socialistas revelam que esta estratégia não deu os seus frutos, pois nenhuma empresa “deu importância” aos prazos prometidos. Por outro lado, exigem uma certificação escrita da tolerância, até Junho de 2015, dos calendários de financiamento dos fundos europeus.
“A realidade das obras mostram um presidente ultrapassado por todas as circunstâncias que não consegue prever nem antecipar”, criticam, destacando os prejuízos que estes atrasos têm causado à vida dos caldenses.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt