A Semana do Zé Povinho

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Zé Povinho ficou agradavelmente supreendido quando soube que o penichense Fábio Veríssimo, considerado um dos melhores árbitros de futebol do país e que ostenta as insígnias da FIFA, tinha sido nomeado para dirigir um encontro de… iniciados nas Caldas da Rainha. Ainda para mais, tratando-se de um jogo do Grupo B da 1ª Divisão distrital e fazendo-se acompanhar por Pedro Martins, outro internacional, que já tinha feito questão, este ano, de dirigir o primeiro jogo como árbitro da FIFA, precisamente no Campo Luís Duarte, numa partida de juniores. Estes dois altos representantes da arbitragem nacional, horas depois de terem atuado num jogo do escalão principal, em Arouca, demonstraram grande humildade e valores, ao apadrinharem a estreia do jovem Gonçalo Tiago, um caldense que frequentou o curso de árbitros da AF Leiria. É, assim, caso para dizer que é com estes gestos que os agentes desportivos saem a ganhar.

Zé Povinho que “nasceu” no final do séc. XIX já assistiu a muitas crueldades e atrocidades, mas não esperava ver na Europa semelhante coisa no Séc. XXI. O que se passou em Bucha, nos arredores de Kiev, é dantesco e de uma maldade inaudita. Se os russos não querem ser as principais visadas pela responsabilidade nos factos deviam deixar-se acompanhar por jornalistas independentes, como é feito, em certa medida, pelos ucranianos. A carnificina faz-nos recuar a séculos passados, quando não havia televisão, internet, redes sociais e outros meios. Putin e os seus comparsas podem bem desculpar-se a atirar as responsabilidades para outros, mas quem saiu daquelas cidades ou mantém ainda o assédio e o cerco sobre as mesmas e outras, são as tropas russas. Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele.