Zé Povinho

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Untitled-2 Untitled-3O fenómeno de Ginja de Óbidos mostra bem o que é possível fazer por gente esforçada, criativa e arrojada. Até há poucos anos a ginja mais conhecida em Portugal era a de Alcobaça, que, ao que se diz, era feita nos últimos anos com o fruto plantado e colhido na região de Óbidos, mas com processos desenvolvidos naquela cidade desde os tempos dos monges cistercienses.
Depois, e por iniciativa do famoso e quase lendário José Ferreira Montez, proprietário do Ibn Errik Rex nos anos 60, nasceu um pequeno bar para os amigos onde a ginja desempenhava um papel central na animação da casa. Essa ginja era produzida no interior do concelho, mas começou a correr mundo. Não havia turista mais ousado que não entrasse nesses tempos (ou depois quando o Bar Ibn Errik Rex passou para as mãos da família Tavares), e que não bebesse tão espirituoso licor, com elas ou sem elas.
Nos anos mais recentes, com a crescente animação cultural e recreativa da vila e com o aparecimento também da “novel tradição” do chocolate, nasceu uma mistura virtuosa que começou a chegar a todos os bares da vila e, progressivamente, a todo o país e até ao estrangeiro.
Mesmo assim o líquido que esteve na origem de tão significativo êxito era a ginja, que hoje pode ser vista e bebida em qualquer festa ou mercado tradicional que se faça em Portugal e em algumas regiões de Espanha.
Por detrás de muito deste êxito estará a empresa que produz mais intensamente o precioso líquido – Ginja de Óbidos Oppidum -, de Dário e Marta Pimpão, do Sobral da Lagoa, que agora foram distinguidos com medalha de ouro pelo Beverage Tasting Institute de Chicago, juntando-se a outros prémios recebidos anteriormente noutros certames.
Zé Povinho, personagem que sempre bebeu com prazer requintado a sua ginja, felicita o casal Dário e Marta Pimpão. por este feito.

O recém-eleito presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ex-primeiro ministro luxemburguês, foi acusado nos últimos dias de ser responsável por uma imensa fuga ao fisco de várias centenas de multinacionais e grandes empresas internacionais no seu país.
Numa investigação feita por quase uma centena de jornalistas de 20 países, funcionando em consórcio internacional, conseguiu-se reunir milhares de documentos oficiais secretos que provam um conluio entre empresas e o governo do Luxemburgo para a fuga aos impostos nos países onde operavam comercialmente.
O “Luxemburgo leaks” denuncia que Junckers, o agora líder da União Europeia, a quem lhe cabe a missão de gerir equitativamente o poder dos 28 países que a compõem, estava por detrás de inúmeros contratos secretos que permitiam a essas empresas fugir aos regimes fiscais dos países onde operavam, a troco de uma simbólica taxa de 1% sobre os lucros pago aquele caritativo país.
O desvio de receitas fiscais atinge os milhares de milhões de euros, que depois faltam nas contas dos orçamentos dos restantes países, que posteriormente são castigados por estarem a “viver acima das suas possibilidades”.
Às acusações reiteradas de paraísos fiscais noutros pontos do mundo, afinal também dentro da União Europeia, onde são impostas regras draconianas nas finanças de alguns países do sul, existem aqueles que são como Frei Tomás, “faz o que ele diz, não faças o que ele faz”.
O projecto europeu com todas “estas pequenas traições” de altos responsáveis que se querem mostrar como inocentes do “salve-se quem puder europeu”, assim não pode ir longe.
Zé Povinho achUntitled-1a que Juncker irá sofrer deste pecado até ao final e parece mesmo que a União Europeia precisará que apareça uma nova liderança à Papa Francisco, mais “terra a terra” que sirva de exemplo.