Quer comprar a estação de Óbidos?

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ObidosEstacaoA Refer pretende arrendar ou concessionar a estação de Óbidos a quem apresentar um projecto para a sua utilização. Neste momento há vários interessados e a empresa admite no seu site que o regime de arrendamento/concessão pode levar à “alienação”.
Na linha do Oeste também há terrenos para venda em São Martinho do Porto e Valado dos Frades, bem como o antigo bairro ferroviário de Torres Vedras.

Para Óbidos a Refer tem “em análise diversas manifestações de interesse, para avaliação de viabilidade técnica e comercial envolvendo parte ou todo o edificado”, disse à Gazeta das Caldas fonte oficial da empresa.
Os projectos apresentados são na área da hotelaria e restauração, ou para sede de associação. Uma das propostas prevê o arrendamento só do cais coberto que era destinado às mercadorias, outra só está interessada no edifício da estação e há uma outra que pretende ocupar todo o edificado.
Para já, a empresa não tomou nenhuma decisão nem está em vésperas de o fazer, uma vez que mantém no seu site (ver imagem) uma espécie de anúncio com a fotografia da estação de Óbidos, dizendo que pode ser utilizada para habitação, comércio e serviços.
Mas até há poucas semanas constavam ainda no site da Refer fotos da estação de São Martinho do Porto e terrenos adjacentes. Neste caso, não era a estação, mas sim os terrenos à volta que estavam para venda. O “anúncio” foi retirado, o que significa que o negócio pode estar para breve, mas a Refer diz que “por questões de reserva e negociação a empresa não divulga informações sobre processos em curso”.
O mesmo aconteceu com a estação de Valado dos Frades, onde uma parte dos terrenos estavam também postos à venda e cuja intenção de alienação desapareceu entretanto do site da Refer.
Em Torres Vedras é um conjunto habitacional, agora vago, bem no centro da cidade, que está para venda. Até há pouco tempo constava do site da Refer, mas devido a manifestações de interesse que entretanto surgiram, já foi retirado.

DO MINHO AO ALGARVE

A gestora de infra-estruturas ferroviárias – que em breve vai ser fundida com a Estradas de Portugal para dar origem à empresa Infraestruturas de Portugal – tem em todo o país património à venda e para arrendar, tanto em linhas que já encerraram como nas que se encontram activas, mas cujos edifícios não fazem falta para a operação ferroviária.
São quase todos estações que marcaram uma época e que podem ser concessionadas ou vendidas. Há-as, muito bonitas, em locais privilegiados da linha do Douro, ou na região do Tâmega, e em sítios remotos do interior do Alentejo. Podem vir a ser estalagens, restaurantes, hotéis de charme, ou ainda sedes de associações e edifícios de uso municipal. Nalgumas pode-se acordar e viver ao ritmo da passagem dos comboios. Noutras, as locomotivas há muito que deixaram de apitar e restam carris velhos e enferrujados em locais ermos, ou então ecopistas onde passam ciclistas e caminhantes em vez de comboios.
São exemplo de projectos de sucesso a estações de Castelo de Vide e Marvão-Beirã (com a instalação de guest houses), bem como as de Régua, Vila Real, Ul (Oliveira de Azeméis) e Sines, que foram transformadas em restaurantes.
A Refer explicou à Gazeta das Caldas que “tendo em conta a heterogeneidade dos bens imóveis (antigas casas de função, estações desactivadas, armazéns e cais cobertos, entre outros) com potencial de rentabilização, a sua colocação no mercado é também diversa, dependendo das características do bem e da finalidade do negócio”.
Negócios que são feitos pela Refer Património, uma empresa afiliada da Refer que dedicada à gestão, rentabilização e valorização do património imobiliário afecto à infraestrutura ferroviária. Tem como missao “dinamizar e rentabilizar os seus activos imobiliários de modo a garantir a sua melhor utilização e a contribuir para o aumento de volume de negócios”.