Câmara das Caldas quer bares da Foz do Arelho junto ao areal

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DSCN5317Os bares da Foz do Arelho que estão na Avenida do Mar poderão ser deslocados para junto do areal a fim de que os seus clientes possam apreciar a praia, em vez dos tejadilhos dos carros ali estacionados. A Câmara das Caldas já definiu as linhas mestras de um projecto para o qual foi aberto concurso público que vai revitalizar toda aquela zona.
A área de intervenção cobre a frente marítima e lagunar da Foz do Arelho e prevê a criação de um passeio pedonal único ao longo da extensão da praia.
A frente marítima e lagunar da Foz do Arelho vai ter uma nova “cara”, com a requalificação da Avenida do Mar e a zona envolvente ao cais. Pelo menos é essa a intenção da autarquia que ali pretende avançar com um investimento que ascende aos cinco milhões de euros (caso para tal haja fundos comunitários).
Está agora a decorrer o concurso público para o projecto, no valor de 200 mil euros. Foram apresentadas 14 propostas, estando em curso a sua validação e apreciação por parte do júri, devendo esta estar concluída até 24 de Março.
Segue-se um período para apreciação, pronuncia e decisão de adjudicação do projecto, não avançando ainda a autarquia uma data concreta para o início da obra. No entanto, esta tem por objectivo que a mesma possa iniciar em 2016, se houver financiamento comunitário.
“Na Avenida do Mar sente-se a necessidade de devolver o espaço ao peão, retirando o tráfego automóvel da frente dos equipamentos previstos em POOC”, refere a memória descritiva do projecto, ao qual a Gazeta das Caldas teve acesso.
A ideia passa por criar uma zona de lazer em frente à praia, assim como a definição de zonas de praia e contemplação. Para que tal aconteça os proprietários dos bares ali existentes, deverão reposicioná-los ou construir novos equipamentos.
“Os equipamentos cujas licenças não permitam garantir áreas mínimas exigidas para funcionamento, poderão vir a ser ampliados, de acordo com apreciação da Agência Portuguesa do Ambiente, podendo ser, também, criadas novas concessões de praia”, refere o documento.
A zona do cais deverá constituir-se como um “pólo dinamizador do concelho”, em que, para além das funções lúdicas, também assegurará serviços de investigação e desenvolvimento da lagoa e do futuro eco-parque previsto para a antiga casa do guarda do parque de campismo. Trata-se de uma área que precisa de reestruturação urbana e, pelo facto da autarquia ali possuir vários edifícios degradados, é sugerido que estes devem ser “readaptados a uma nova dinâmica para esta área”.
A área da praça deverá assumir um lugar central, devendo ali se concentrar, de forma organizada, os quiosques, mariscadores e bancas de vendas de frutos secos. “A sua disposição em torno de um espaço central acentua o carácter de praça e promoverá a sua vivência”, refere o documento.
No centro da praça serão mantidas as árvores existentes e colocadas outras novas, para conferir ao espaço um “ambiente variado e com maior conforto climático”.

Inovação e saberes tradicionais juntos

Anexo-BO projecto contempla ainda a remodelação de uma parte do Posto Marítimo para a integração de uma habitação para a Policia Marítima, ficando assim livre a actual habitação para ser requalificada e ganhar novas funções.
Será também criado um edifício de investigação e desenvolvimento da lagoa. Ali deverão ser concretizadas acções de defesa e promoção daquele património e das suas mais-valias sócio-económicas, de turismo, lazer, desporto e ambiental.
Os quiosques que agora existem na Avenida do Mar serão deslocados para a área do cais da Lagoa e naquela avenida será criado um Ponto Azul com biblioteca de praia, dando cumprimento às obrigatoriedades da Bandeira Azul.
O posto de turismo, localizado no cais, será requalificado e irá ter informação turística e dos saberes da lagoa, livros, folhetos ambientais, percursos e actividades do eco parque, entre outras.
Através desta intervenção, a autarquia pretende melhorar a qualidade dos espaços de utilização pública, minimizando o impacto da intervenção sobre os sistemas de maior sensibilidade paisagística, que “se deverá reflectir tanto ao nível da organização funcional do espaço, como das soluções construtivas e materiais a utilizar”, refere o caderno de encargos.
Também a defesa das pessoas e bens serão asseguradas com estas obras.