Desenhar ao vivo técnicas de esgrima histórica medieval foi o desafio lançado pelo Clube de Esgrima Ordo In Armae, criado recentemente nas Caldas da Rainha. A 11 de Março, 11 pessoas participaram neste desafio, que teve lugar nos Silos, desenhando ao mesmo tempo que os elementos do clube demonstravam técnicas com armas medievais (espada e lança).
Com actividade oficial desde Janeiro deste ano, o clube tem procurado novas formas de se relacionar com a cidade e de promover a sua dinâmica cultural. Em Fevereiro fizeram uma encenação de fantasia medieval para comemorar o Dia de S. Valentim, no âmbito do projecto de duas alunas do curso de Turismo da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro.
Desta vez quiseram marcar a presença através de uma apresentação estética diferente, tendo em conta a tradicional ligação das Caldas da Rainha através de Bordalo Pinheiro e de José Malhoa, entre outros, para além da existência de uma escola de artes na cidade.
“Sendo a esgrima uma arte onde a arma e o corpo se manifestam em formas estéticas, foi nosso objectivo nesta iniciativa a fusão com as artes plásticas, mais concretamente a ilustração, com vista a obter um produto final onde a antiga arte da esgrima fosse interpretada através das estéticas de desenho actuais”, explicou, à Gazeta das Caldas, Joaquim Moreira, fundador da Ordo In Armae.
A sessão contou ainda com uma parte mais teórica, onde foi explicado o contexto histórico e as diferenças entre as várias modalidades de esgrima.
No encontro participaram vários ilustradores e até um fotógrafo. “Temos a realçar a boa receptividade que a iniciativa teve e o entusiasmo dos participantes, que os levou inclusive a sugerir novas iniciativas do mesmo carácter e de outros teores”, referiu Joaquim Moreira.
O clube é membro da Academia de Artes Marciais das Caldas e é federado na Federação Portuguesa de Lohan Tao, dedicando-se ao estudo e treino da esgrima histórica como arte marcial de combate europeia.
Outra vertente do clube é a esgrima cénica, que consiste no emprego das técnicas de combate para utilização lúdica e artes do espectáculo (cinema, televisão, teatro, reconstituição histórica e trabalho de duplo).
Têm ainda uma vertente desportiva com a prática da esgrima moderna “ou esgrima pura que é o culminar da evolução da esgrima ao longo dos tempos”. Tal como o nosso jornal noticiou em Janeiro, estão em fase de captação de atletas para competir no Campeonato Nacional de Esgrima, no âmbito da Federação Portuguesa de Esgrima.
O clube tem sete membros fundadores, dos quais fazem parte um instrutor de esgrima histórica credenciado, um instrutor de esgrima moderna credenciado e um responsável pelo departamento de esgrima cénica, para além de três atletas.