Mais de 2000 pessoas assistiram ao I Festival de Magia em Alcobaça

0
552

451066O I Festival Internacional de Magia tornou Alcobaça na capital do ilusionismo e da magia. Com cerca de 2000 visitantes e os espaços por onde passou (Centro Cultural Gonçalves Sapinho e Parque dos Monges) sempre bem lotados, o festival superou as expectativas dos organizadores que, para o ano, admitem voltar à cidade de Cister.

 O momento alto do I Festival Internacional de Magia de Alcobaça deu-se na noite do passado sábado, com a Gala Internacional no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, na Benedita. Com um leque de ilusionistas do mais alto gabarito, entre os quais se destaca, por exemplo Juan Tamariz, foi uma noite mágica para os mais de 300 espectadores que lotaram a sala.

Outro dos momentos altos foi a gala de encerramento, na tarde de domingo no Parque dos Monges, sendo os artistas que nela participaram ovacionados de pé durante cinco minutos, enquanto que na Gala Infantil a sala do centro cultural beneditense se revelou pequena para tantos alunos das escolas locais.

No Rossio, e fora da programação do festival, num momento totalmente inesperado, os mágicos mostraram alguns truques aos curiosos, numa sessão que se prolongou pela noite de sábado dentro, até por volta das quatro horas da madrugada.

Houve ainda um concurso de cartomagia em que Daniel Guedes e Francisco Mouzinho conseguiram o segundo e o terceiro lugar, respectivamente, e outro de close-up (magia de proximidade, feita a um máximo de três metros da audiência) em que Adolfo Masyebra conseguiu um segundo lugar.

O facto de não haver primeiro lugar não é invulgar nestes concursos pois estes seguem as normas da Federação Internacional das Sociedades Mágicas, que regula os campeonatos a nível mundial. Se os concorrentes não atingem certos parâmetros, não há direito a primeiro lugar.

Mas houve um prémio de incentivo a André Melão, jovem de nove anos que já foi cativado pela magia do ilusionismo.

O mosteiro que não desapareceu

Vítor Alves, presidente da Associação Portuguesa de Ilusionismo, contou à Gazeta das Caldas que há vontade de voltar a fazer este festival em Alcobaça, tanto da parte da Associação Portuguesa de Ilusionismo como da autarquia. “Em princípio será para continuar”, afirmou, antes de destacar a gala internacional, que se realizou no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, na Benedita, na noite do passado sábado. “Foi a melhor gala, tivemos a sala cheia naquele que foi, de longe, o momento mais alto do fim-de-semana”, disse.

O festival contou ainda com a “maior feira mágica dos últimos dez anos, com duas bancas portuguesas e seis estrangeiras”, referiu ainda Vítor Alves, que lembrou também a importância do 6º Congresso Português de Ilusionismo, que contou com mais de cem inscritos e a gala infantil, dedicada às escolas da região.

Quanto aos orçamentos, Vítor Alves esclareceu que “o festival em si não conseguia pagar-se a si próprio, porque o subsídio que a autarquia dá não chega para pagar os artistas internacionais, mas com as inscrições para o congresso e outros fundos conseguimos”.

Da parte da autarquia, Inês Silva, vereadora da cultura local, destacou os “momentos de grande espectáculo e entretenimento”. A autarca revelou ainda estar satisfeita “com a adesão do público”. Já Paulo Inácio, presidente da Câmara alcobacense, falou numa “rampa de lançamento para futuras edições”.

Miguel Martins, director do Parque dos Monges (um dos locais onde se realizou o festival) afirmou que a iniciativa “superou muito as expectativas”, sublinhando que, para além do festival propriamente dito e de trazer magia ao concelho, esta iniciativa leva o nome de Alcobaça para outros países.

“Costumo dizer a brincar que depois do célebre suposto desaparecimento do Mosteiro pelo Luís de Matos, foi uma forma de Alcobaça fazer as pazes com a magia”

disse Miguel Martins. Na altura corria o ano de 2007 e o Mosteiro de Alcobaça concorria para as Sete Maravilhas de Portugal e o mágico prometeu realizar a Maior Metamorfose de Todos os Tempos caso o mosteiro fosse eleito. Em Julho de 2008 e perante 16 mil pessoas, Luís de Matos libertou-se de um colete de forças, suspenso por uma corda a arder a 50 metros de altura, retomando um truque criado por Houdini e recebendo 180 mil euros para esse espectáculo que não demorou mais de 20 minutos. O público, erradamente, esperava ver desaparecer o mosteiro, vaiando o artista no final da sua performance.