Manifesto a favor dum novo hospital oeste norte

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Nos últimos tempos têm sido aventadas várias soluções para a definição da Carta de Hospitais públicos da região do Oeste.
As últimas notícias, veiculadas pela Comunicação Social, dão conta de que a solução encontrada compreende: o alargamento do Hospital das Caldas da Rainha, a construção de um novo Hospital em Torres Vedras e a construção de novo Hospital em Alcobaça.

Os subscritores do presente documento, todos profissionais de saúde mas assumindo apenas um exercício de cidadania, sentiram ser seu dever dar a conhecer publicamente uma posição contrária a esta solução. Fazem-no cada um a título individual, numa atitude construtiva e de exercício da liberdade cívica que lhes permite o direito de opinião. Apenas porque se manifestam empenhados e preocupados com a procura das melhores soluções para a Saúde das populações da região.
A falta de capacidade de internamento dos Hospitais da região Oeste Norte, nomeadamente das Caldas da Rainha e de Alcobaça, é bem conhecida das populações. Foi, por isso, equacionada, pelo menos nas últimas duas décadas, uma segunda fase de ampliação do Hospital das Caldas da Rainha, que nunca se chegou a concretizar.
A 22 de Janeiro de 2009 foi criado, por portaria publicada no Diário da República, o Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON), compreendendo a união orgânica dos Hospitais de Caldas da Rainha, Alcobaça e Peniche. Foram encomendados estudos que concluíram pela construção dum novo Hospital Oeste Norte, foi definida a sua matriz assistencial, o número de camas, as valências de que disporia, a população abrangida (229.000 habitantes). Faltava a sua localização física. A solução para essa localização, ao que sabemos pela Comunicação Social, levantou polémica entre as autarquias. Essa polémica terminou com as soluções agora encontradas, e com as quais não concordamos, porque:

1. Com este alargamento, manteremos uma estrutura física central construída há 40 anos e um Hospital desequilibrado e assimétrico.
2.Este alargamento seria oportuno há 20 anos.
3.Do alargamento proposto para o Hospital das Caldas, resultam implicações ecológicas negativas significativas sobre a Mata da Rainha, quer com os milhares de metros quadrados de edificado como com a necessária construção de acessos rodoviários.
4.Será que com o alargamento agora proposto não haverá implicações nos aquíferos?
5.A construção de um novo Hospital com 60 camas em Alcobaça reporta-nos a uma filosofia ultrapassada e desajustada de hospitais concelhios pouco dimensionados e insuficientes em termos de cuidados diferenciados;
6.O custo para o erário público com a construção de um Hospital Novo, em espaço apropriado, construído de raiz, será sempre inferior à soma do alargamento do Hospital das Caldas e da construção de um novo Hospital em Alcobaça;
7.Da construção de um Novo Hospital na região Oeste Norte, com cerca de 250 camas, valências diferenciadas, cuidados intensivos, bons acessos e proximidade das vias rodoviárias principais, heliporto, etc. resultará que as populações de toda a região Oeste Norte, nomeadamente dos concelhos de Nazaré, Alcobaça, Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Cadaval, Lourinhã e Rio Maior (definidos na portaria constitutiva do CHON) ficarão assim, servidas com melhor qualidade, aquela a que têm direito.

Pelo exposto, tornamos pública a nossa opinião de defesa da construção de um novo Hospital na região Oeste Norte, seja a sua localização em Alfeizerão, Tornada ou outra.

Adília Maria Arinto Almeida Vicente, Ágata Cristina Teixeira Estêvão Ferreira Macedo Rodrigues, Ana Catarina Ribeiro Marques de Carvalho, Ana Cristina Pereira Mota, Ana Maria Castanheira Tomás, Ana Paula Ferreira Branco, António Luís Gaspar, António Marques Gonçalves Curado, Catarina Isabel Florêncio Garcia Serrano, Cláudia Margarida Marques Borges, Cláudia Margarida Marques de Oliveira Crespo da Cruz, Dália Maria Gomes Saramago, Fernanda Maria Guerra Cabral Neves, Fernanda Maria Miranda Pereira Lucas, Florbela Santos Ferreira Gomesl, Helena Maria Amaral de Almeida, Hermínio José Rodrigues Nicolau, Isabel Emília Marques de Oliveira Eusébio, Isabel Maria Sanfona Teixeira de Almeida, Joana Margarida Freire Marques Amaral, Joaquim António do Carmo Lincho Urbano, Jorge Manuel de Brito Ribeiro, José Carlos Martins Ramalhete, José Carlos Santos Ferreira, José David Pires Frutuoso, José Eduardo Martins Santos Pinto, José Ismael Rodrigues da Trindade, José Manuel Figueiredo, Margarida Maria Azenha Pina, Maria da Conceição Leal Melo Albuquerque, Maria Isolina Carreira Brites, Maria de Fátima Garcia Maurício Coincas, Maria Inês Fazenda Isento Ramos, Maria de Lurdes da Silva Veiga, Maria de Lurdes Tomé Gomes, Maria Margarida Neves Brito e Melo, Maria Margarida Silva, Maria Ondina Pinto Ferreira Almeida da Silva, Maria Raquel Eleutério Pereira
Maria Salomé de Oliveira Ribeiro Gomes Correia, Marla Luísa Botelho Chaves de Godinho Gomes, Maria de Lurdes Alves Leal, Matilde Fernandes Fialho Oliveira, Paula Rute Marques Gabriel, Paula Teresa Loureiro Ferreira Carvalho, Piedade Patrício Rodrigues, Rosa Maria Ferreira Pessoa de Amorim, Rui Miguel Alves Garcia, Sandra Cristina Neves Dias dos Santos, Sónia Cristina Casimiro Salvador, Vânia Marques Santos, Vera Lúcia Nunes de Oliveira e Vítor António Soares Santos.