Município já tem a concessão das águas das Termas de Óbidos

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Gazeta das Caldas

Fd-obidos1A Câmara de Óbidos assinou, no passado dia 26 de Agosto, na Direcção Geral de Energia e Geologia, o contrato de concessão para exploração da água mineral captada nas Gaeiras e denominada Termas de Óbidos.
O aquífero deverá ser, numa primeira fase, aproveitado para abastecer com águas quentes a vila e, para mais tarde, está prevista a construção de um balneário que poderá ser feito por privados ou pela própria autarquia caso consiga apoios no próximo quadro comunitário.

A autarquia já possui a concessão das águas minerais termais que brotam na Quinta das Janelas (Gaeiras) por um período de 50 anos, sendo renovável por 20 anos. De acordo com o contrato a autarquia terá que fazer prospecções e pagar 25 cêntimos por metro cúbico de água que extrair.
Numa primeira está prevista a utilização do aquífero para abastecer a vila de Óbidos com água quente (na ordem dos 32º), permitindo tornar o centro histórico mais sustentável, disse o presidente Humberto Marques à Gazeta das Caldas.
O estudo está a ser feito pela Universidade de Coimbra e o autarca prevê que durante o primeiro trimestre do próximo ano já tenham algumas propostas preliminares para ver, por exemplo, que tecnologias serão usadas no centro histórico para aquecimento de águas. Estão também a estudar a climatização das próprias casas com recurso a esta tecnologia, no Verão e Inverno, aumentando o nível de conforto.
No que respeita ao aproveitamento da água mineral para fins de lazer e bem-estar está prevista a construção de um balneário perto do Convento das Gaeiras, “próximo da captação e com uma vista paisagística fantástica”, referiu Humberto Marques. Por decidir está ainda se o balneário será concessionado a privados ou se será a própria autarquia a construí-lo, caso tenha possibilidades de acesso ao Portugal 2020. Certo é, de acordo com o autarca, que o balneário terá também “uma dimensão comunitária, que seja inclusiva e de discriminação positiva dos utentes locais”.
De acordo com as previsões da autarquia o balneário nunca terá um custo inferior a três milhões de euros. A água mineral termal também não poderá ser usada sem os ensaios clínicos que demoram dois anos a realizar.
Os especialistas estão também a criar subprodutos relacionados com as águas minerais termais. “Há uma certa ideia do banho turco e marroquino e porque não podermos ter um outro banho, criado para Óbidos”, é a pergunta da autarquia a que a universidade procura agora dar resposta.
Está também a ser estudado o possível aproveitamento energético das águas minerais termais para aquecimento da água da rede de rega da barragem. A água passará pelos permutadores de calor que a irão aquecer e permitir que nos períodos mais frios possa ajudar a aumentar a temperatura do solo e assim permitir um mais célere crescimento das plantas.
“Pretende-se, desta forma, aumentar a cadeia de valor e permitir que os produtos cheguem mais cedo ao mercado e tenham um preço melhor”, explicou o autarca.
Humberto Marques disse ainda à Gazeta das Caldas que este projecto tem sido articulado com as Caldas e que existem “condições de se criar aqui um ecossistema na área, nada que seja concorrente mas que seja complementar e afirmar a região como um todo”.
O edil acrescentou ainda que as Caldas está muito vocacionada para uma vertente de saúde, enquanto que Óbidos aposta mais no lazer e bem-estar.