Maioria absoluta?

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Este sábado é dia de reflexão. Na véspera do dia das eleições não se pode fazer campanha, não se pode apelar ao voto, enfim, é o dia reservado pela lei para que as pessoas possam digerir toda a informação (e a contra-informação) que receberam durante o tempo que durou a campanha eleitoral e, diga-se a bem da verdade, durante as longas semanas que antecederam a campanha eleitoral.

Apesar de serem eleições legislativas, em que elegemos, como o próprio nome indica, os titulares do órgão legislativo, ou seja, os deputados da Assembleia da República, para a esmagadora maioria dos portugueses o que conta é eleger aquele que passará a chefiar o órgão executivo, o Governo. Na verdade, é tendo em conta o resultado das eleições para a Assembleia da República que o Presidente da República convida uma pessoa para ser Primeiro-Ministro e formar o respetivo Governo.

A crer nas sondagens que foram saindo ao longo da campanha eleitoral, a verdadeira questão que agora se coloca aos portugueses já não é a escolha do Primeiro-Ministro. A dúvida já não é se será Passos Coelho ou Costa a formar o próximo Governo de Portugal. O que agora está em jogo é saber se Passos Coelho contará ou não com uma maioria absoluta na Assembleia da República para suportar o seu Governo.

Tendo em conta as declarações do líder da oposição durante os últimos meses, parece ser mais útil aos portugueses que a coligação Portugal à Frente ganhe com maioria absoluta. Se nos lembrarmos que António Costa já anunciou que o PS votará contra o próximo Orçamento de

Estado (mesmo sem o conhecer), se recordarmos que António Costa sempre se mostrou contrário a um entendimento de regime sobre a Segurança Social, se pensarmos, por fim, que António Costa não terá quaisquer dúvidas em “retirar o tapete” ao Primeiro-Ministro Passos Coelho, tal como o fez ao seu colega de partido, o “caldense” António José Seguro, então somos forçados a chegar à conclusão de que a governação de Portugal não pode ficar, nos próximos quatro anos, refém dos caprichos do líder da oposição. Agora que já suportámos os sacrifícios a que fomos obrigados pela situação de bancarrota em que deixaram o país em 2011, não é tempo de birras e infantilidades. Há que dar condições, a quem colocou o país nos eixos, para levar Portugal mais à Frente.

Apesar de serem, por isso, eleições principalmente nacionais, não podemos esquecer que, para as Caldas da Rainha, estas eleições também são muito importantes. Existem várias questões que ainda não estão fechadas e para as quais necessitamos da intervenção do Governo. O Hospital Termal, a linha do Oeste, a Lagoa de Óbidos, entre outros, são assuntos que começaram a ser tratados por este Governo e para os quais já existem compromissos. Importa agora para todos os caldenses que, por um lado, o Governo tenha condições políticas de cumprir tais compromissos e, por outro lado, que sejam eleitos para a Assembleia da República deputados caldenses, para que possam continuar a fazer o “trabalho de bastidores” tão importante para o sucesso destas questões. Só a coligação Portugal à Frente tem, nas suas listas, candidatos caldenses que, caso ganhe com maioria absoluta, serão reeleitos para a Assembleia da República.

Acima de tudo, pelas Caldas e por Portugal, no próximo domingo devemos todos exercer o direito de voto. No domingo à noite haverá uns que festejam e outros mais tristes, como se Portugal não tivesse de continuar a ter Governo… Na segunda-feira, porém, todos voltarão às suas vidas, com a certeza de que o povo é soberano e as suas escolhas são para respeitar.

 

Jorge Varela

 

jorge.varela@ipleiria.pt