Heitor de Sousa trouxe às Caldas

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Gazeta das Caldas

Heitor-de-SousaSábado, 26 de Setembro, foi um dia forte para a campanha eleitoral nas Caldas da Rainha, com os vários partidos em acções pela Rua das Montras e Praça da Fruta. O Bloco de Esquerda não foi excepção, com os candidatos por Leiria a simular um “jogo da memória” em que os intervenientes eram personalidades ligados à política e à banca.

A Linha do Oeste continua a ser um “cavalo de batalha” deste partido com os candidatos por Leiria a fazerem duas viagens nesta linha e a alertar para o desinvestimento na ferrovia e falta de articulação com os transportes rodoviários.

Uma roda preta com as caras de Passos Coelho, Paulo Portas, Cavaco e Silva, Ricardo Salgado e Oliveira e Costa, entre outros, foi colocada junto à sede dos ex-Paços do Concelho. De megafone em punho, Heitor de Sousa, cabeça de lista do BE por Leiria, convidava quem por ali passava a jogar o Jogo da Memória. A curiosidade era muita, mas a participação nem tanto.

Na Nazaré, onde tinham estado com o jogo no dia anterior, tinha corrido melhor.

 “Até estrangeiros quiseram participar”, disse Heitor de Sousa, justificando que esta é uma forma de dizer coisas sérias a brincar e confrontar as pessoas com a sua memória e as atitudes tidas por aquelas personalidades durante os últimos quatro anos.

O jogo foi concebido pelo caldense Alexandre Cunha, que também integra a lista por Leiria, e consiste em girar a roda “sempre para a esquerda” até esta parar. Ao cimo está uma seta e irá corresponder-lhe uma figura, à semelhança do que acontece no programa televisivo “O Preço Certo”. Depois existe uma caixa com mensagens e, consoante o papelinho que tirar o participante, é-lhe lida uma citação da figura escolhida.

Durante a semana, nos dias 23 e 24 de Setembro, a comitiva bloquista viajou na Linha do Oeste com o objectivo de alertar para o desinvestimento na ferrovia e falta de articulação com os transportes públicos rodoviários. Na quarta-feira o percurso decorreu entre o Bombarral e Leiria, com paragem em S. Martinho do Porto, onde visitaram o mercado local, enquanto esperavam pelo comboio que os levaria à capital do distrito. Com esta iniciativa, o BE pretendeu demonstrar que “neste momento a Linha do Oeste apenas oferece dois comboios por dia que ligam Lisboa à Figueira da Foz. Depois, tem outros dois comboios que ligam Lisboa a Leiria e quatro que vão apenas até às Caldas”, explicou Heitor de Sousa.

De acordo com o candidato, quiseram mostrar o “péssimo serviço” que a linha oferece e, por outro lado, reiterar a “urgência” em aproveitar este tipo de transporte que “é limpo do ponto de vista das emissões de carbono”. Na sua opinião, esta devia ser uma alternativa ao transporte rodoviário para a ligação deste distrito com os vizinhos, assim como ao transporte rodoviário.

As pessoas estão “divorciadas” do comboio

Heitor de Sousa lembrou que esteve ligado a uma petição à Assembleia da República pela requalificação da Linha do Oeste, juntamente com outros deputado, como Assunção Cristas e Teresa Morais, que têm estado no governo, mas que nada foi feito. ” Esta é uma boa razão para se substituir o mais rapidamente possível este governo e tentar que o próximo possa fazer uma mudança radical na Linha do Oeste“, defendeu.

Ainda na semana passada, elementos do BE viajaram entre as Caldas e A-da-Gorda (Óbidos) para demonstrar que, chegados ao destino, não havia nenhum outro transporte para fazer a ligação à localidade mais próxima. Ali chegados não encontraram “sequer um horário ou uma tabuleta”, disse, comparando este apeadeiro ao dos filmes de cowboys, que apenas tinham o nome escrito na parede. “Infelizmente é sintomático do estado a que chegou a Linha“, reforçou, acrescentando que as pessoas estão “divorciadas” do uso do comboio no Oeste. O percurso seguiu depois de carro rumo a Peniche onde fizeram uma acção de campanha na feira mensal.

A uma semana das eleições, e com as sondagens a dar conta da subida do BE, Heitor de Sousa está confiante num bom resultado. Diz que a campanha tem corrido bem e que não tiveram qualquer manifestação de repúdio ou de rejeição.“É verdade que somos ajudados por uma figura [Catarina Martins] que tem tido um relevo e simpatia enorme por parte da sociedade portuguesa“, reconheceu, adiantando que as pessoas têm mostrado uma nova atitude perante o partido, “mais simpática e próxima“.