A Semana do Zé Povinho

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adalberto_campos_fernandes_foto_dr207645beUma simples atitude pode significar muito e quando um ministro se dá ao trabalho de receber os eleitos locais, tanto pode ser para adiar os problemas e acalmar as gentes, como para tentar conhecer mais em detalhe o que pensam as pessoas e ajudar a resolver os problemas.
No anterior mandato, o ministro da Saúde, que foi incensado durante muito tempo como o símbolo da competência (até se ter estatelado depois da sua saída com os problemas que entretanto surgiram, como, por exemplo, das urgências do Hospital de S. José), nunca aceitou receber os representantes dos caldenses, como nunca se dignou descer às Caldas da Rainha.
O novel ministro, Adalberto Campos Fernandes, que já antes de ser nomeado era visita das Caldas para debater os problemas da saúde no Oeste, pouco tempo passado de tomar posse já visitou Torres Vedras e recebeu na semana passada uma representação autárquica caldense para discutir os problemas ligados à saúde no concelho.
A juntar a isto havia nomeado, com rapidez e com agrado local, o novo Conselho de Administração para o CHO e dispôs-se a vir às Caldas da Rainha, para dar posse aos novos elementos. Também se comprometeu em fazer avançar rapidamente a resolução de alguns dos problemas que se perpetuam por cá, nomeadamente as obras de remodelação das urgências do hospital caldense e a criação de um serviço de Psiquiatria afecto ao hospital, que se tornou um problema inultrapassável e de alta conflitualidade com a anterior gestão do CHO.
Como não à bela sem senão, Adalberto Campos Fernandes, parece não ter sido sensível à argumentação, demasiado sentimental, dos autarcas caldenses em relação à pertinência da ligação do SNS às termas e, em especial, as termas caldenses.
Mesmo assim Zé Povinho gostou do tratamento que o novo ministro deu às Caldas e ao Oeste, não invocando pavões e outros animais decorativos, para não passar confiança às gentes oestinas. Por isso se espera que os resultados se vejam a prazo e na tomada de posse o ministro desenhe uma estratégia consequente para a saúde em Portugal e também na região Oeste.

JunkerO Sr. Junker, actual presidente da Comissão Europeia e ex-primeiro ministro do Luxemburgo, tem pouca autoridade moral para fazer sofrer os portugueses e o governo de António Costa por causa do Orçamento de Estado.
É que foi ele o responsável por esconder o tratamento de favor a grandes empresas internacionais, que negociavam com o seu governo (luxemburguês) para fazerem circular pelo grão-ducado as suas contas, fugindo aos impostos nos restantes países europeus.
Na passada semana, o governo português foi esmifrado em Bruxelas, com a imposição de alterar o Orçamento de Estado para 2016, por causa de uns décimos de défice e ainda por umas diferenças no putativo ajustamento do défice estrutural de 0,6% do PIB, cuja evidência teórica deixa muito a desejar entre a classe dos economistas.
Se o governo português não consegue garantir, com muita segurança, as suas estimativas em relação à forma como vai decorrer a execução orçamental em 2016, também a troika devia-se justificar e ser penalizada pela forma displicente e amadora com que tratou dos problemas da banca portuguesa, que fliparam quando terminou o período de intervenção em Portugal.
Parece inacreditável a forma paternalista como os responsáveis de Bruxelas e de Washington trataram as autarquias e até as juntas de freguesias, obrigadas a encolher, quando um importante banco e outro mais pequeno viveram à tripa forra, prejudicando o país, os seus accionistas e obrigacionistas menores.
O Sr. Junker é a imagem visível deste tipo de tratamento a países com menor importância no contexto europeu, sabendo que em relação aos grandes cala e consente aquilo que eles lhe exigem.