Correio dos Leitores

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Golpe

A propósito da recente polémica à volta da desnorteada rede escolar do concelho das Caldas da Rainha, considerei oportuno tomar uma posição que pode ser lida nos seus vários níveis de intervenção.
Foi por volta da década de noventa do século passado que se percebeu que o orçamento da Educação era demasiado apetitoso para que a ganância, que se afirmou através do PSD e do PS (o CDS e outros ficaram com empregos e fatias menores), o deixasse sossegado; potenciais PPP´s (parcerias público-privado,) ainda sem dono.
Vou fazer aqui um pequeno parêntesis para precisar que a fórmula PPP foi comprovadamente ruinosa para o estado, uma vez que os governantes assinavam contractos leoninos em benefício de empresas privadas para onde se passavam na primeira oportunidade, muitas vezes em comunhão espiritual com autarquias locais onde interrompiam obras integralmente públicas e já adjudicadas.
Voltando ao assunto. Desde a altura referida que as agendas mediáticas foram paulatinamente preenchidas pelo “tudo está mal na escola”, enquanto se edificavam escolas cooperativas em regime de excesso de oferta e em clima de quase mercado. Essa agenda foi levada até às últimas consequências, e com sonoro e central aplauso, a partir de 2005, através da destruição do poder democrático da escola.
Quando eclodiu a crise financeira, o PS foi apanhado de forma flagrante do lado predador. A mudança de agulha fez-se com a naturalidade de quem começa a dizer inverdades logo ao pequeno-almoço. Passou-se para um suposto lado contrário da agenda gananciosa, com mais uma epifania pato-bravista e de reanimação económica de imobiliários aflitos: a “parque escolar”. Estava quase tudo encenado para umas próximas legislativas e só faltava um detalhe precioso: somos os defensores da escola do estado e até retirámos financiamento aos nossos cooperativos que se dedicaram à privatização de lucros.
Os últimos tempos foram hilariantes (ou trágicos; é só escolher o lado). Ex-ministros do bloco central desceram da estratosfera e sentenciaram: escola do estado que seja pior fecha em favor da vizinha privada. Foi uma espécie de derradeiro serviço (consciente ou não), já que um deles até ameaçou desistir se a ideia não avançar de vez, numa intervenção que baralhou uma série de conceitos com a famigerada autonomia das escolas na mistura. Ao nível local foram convocados os inconscientes animadores de serviço.
Ou seja: edificaram inconstitucionalmente junto às escolas do estado – tentaram derrotar-lhes a fama e cobiçar-lhes os melhores alunos – inflacionaram as notas, colocaram professores sem concurso e em regime de amiguismo, construíram os rankings e já só falta subtrair uma boa fatia aos orçamentos. Uns grandes profissionais, sem margem para dúvidas. Um golpe perfeito, digamos assim. O pessoal da escola pública é bem mais naif e resistente e o país está no estado que se conhece.

Paulo Prudêncio

O João da Gazeta faleceu!…

A morte nunca chega atrasada, o momento de partida para este meu amigo   de longa data foi chegado, e, ele não teve tempo de se despedir de um   longo e infinito rol de amigos, não duvido os tivesse.
João!..
Onde estiveres sabes que os amigos nunca se esquecem, eles são eternos…
A vida como passagem por este planeta e efémera, mas não deixa de ser  uma aprendizagem..
E tu João da Gazeta, assim eras conhecido por muitos, ensinaste-nos a  ser o que tu eras, dócil e educado…
Gazeta das Caldas, e seus leitores ao terem conhecimento de tua   partida, sentiram assim creio terem perdido algo de muito especial..
Tu eras Gazeta das Caldas.
Ao ler aqui a notícia via Gazeta das Caldas, e como não é vergonha um homem chorar..
Senti  as lágrimas me avisarem desde logo que nunca mais poderei entrar a porta da Gazeta das Caldas e ouvir teu cumprimento “Olha o   americano!”.
Como minha resposta era sempre olha o Joãozinho, e, um aperto de mão.
João!
Só mudaste de residência na terra, porque de resto continuarás no  mesmo lugar que ocupavas no coração de muitos amigos.
À família do João Camilo Mendes, ao pessoal da Gazeta das Caldas, e aos seus amigos mais chegados apresento sentidas condolências..
Só hoje tive conhecimento, porque só hoje recebi o jornal.
A morte nunca chega atrasada.
A notícia chega sempre na hora certa.

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Joseph Caetano

Arrumadores de viaturas nas Caldas da Rainha

Desde há algum tempo que temos sido confrontados com estes arrumadores nos Parques de Estacionamento exteriores com ou sem parquímetros na Cidade das Caldas da Rainha, portugueses, ucranianos, e outras nacionalidades, indicando onde há um lugar vazio. Lamentavelmente nem tudo são rosas, nenhum cidadão é obrigado a dar uma moeda quer seja quando estaciona a sua viatura ou vai embora. Mas muitas têm sido as viaturas que aparecem riscadas quando as pessoas regressam, não podendo afirmar como é óbvio pois as pessoas não estão lá para ver, mas tudo indica poder ser feito por alguns destes mesmos arrumadores quando não recebem algo em troca.
Não há quem ponha cobro a esta situação verdadeiramente desagradável, e atentado à propriedade de cada um. Muitos deles estão a receber da Segurança Social que é pago por todos os contribuintes através dos respectivos impostos.
As autoridades competentes camarárias ou quem de direito têm o dever de tomar uma posição sobre esta matéria que lesa os habitantes desta Cidade e outros que nos visitam, para além da insegurança que cada vez mais existe com estes indivíduos que proliferam por tudo quanto é estacionamento.
Fica um alerta para todos aqueles que lerem esta informação de um assinante lesado, e que esboça o seu descontentamento alertando também para quem de direito.

Eduardo Dias

Os Serviços Municipalizados e as facturas bimensais

No ano de 2006 a EDP procedeu a uma campanha junto dos seus clientes para aceitarem a emissão de facturas por período bimensal em contrapartida do período mensal (legalmente a EDP só poderia facturar por um período bimensal desde que tivesse o consentimento dos clientes), com vista a redução despesas associadas à obtenção de receita. Com esta redução de emissão de facturas a EDP conseguiu reduzir encargos associados em três áreas específicas:
·Emissão de facturas (redução de papel e mão de obra);
·Encargos associados à correspondência (redução de cartas enviadas pelo correio);
·Encargos associados à cobrança (diminuição de encargos associados ao recebimentos, tais como CTT, Multibanco, Agentes EDP, Payshop e Debito Directo).
No passado dia 1 de Fevereiro de 2011 saiu uma notícia que a firma Empresa Portuguesa de Aguas Livres (EPAL) também vai proceder uma campanha aos seus clientes para aderirem às facturas bimensais. O objectivo principal da EPAL é reduzir os seus encargos associados à cobrança da receita, como exemplifiquei no caso da EDP, sendo que no caso da EPAL a estimativa de poupança associada a este tipo de encargos poderá alcançar o valor de 1,5 milhões euros por ano (fonte: www.jornaldene gocios.pt de 1 Fevereiro de 2011).
Aquilo que escrevi nos dois parágrafos anteriores é a génese do objectivo do meu texto. Se nos tempos que correm o nosso Estado Português necessita cortar na sua despesa pública em todas as áreas possíveis, devido a uma necessidade urgente de consolidação das suas contas públicas, então porque não gerar uma poupança de encargos através da alteração do período de facturação das empresas/serviços municipalizados. Proceder a esta reorganização no período de facturação seria uma das medidas que garantidamente iria permitir reduzir despesa, sem que a qualidade do serviço prestado fosse afectado.
Analisando os anos de 2008 e 2009 dos Serviços Municipalizados das Caldas da Rainha (SMCR) identifiquei a rubrica n.º 020224 “Encargos de Cobrança de Receitas” nos Relatórios de Gestão, presumi à partida que essa respectiva rubrica tem como encargos subjacentes toda e qualquer despesa necessária para obter a receita (exemplo da EDP), sendo que no caso particular dos SMCR é necessário despender cerca de 324 mil euros/ano para que esta entidade possa arrecadar receita dos seus clientes. Tendo por base o n.º clientes existentes (dados do Relatório de Gestão), verifico que os serviços municipalizados necessitam de despender em média 0,91 € por cada factura para poder cobrar a respectiva receita da factura da água (tabela 1 – encargos de cobrança de receita dos SMCR).

A minha previsão da adopção da factura bimensal no caso específico dos SMCR poderia permitir gerar uma poupança por ano entre os 80 mil a 97 mil euros, o que nos tempos que correm é bastante significativo. Agora se nosso país existem cerca de 308 municípios, então não será desprimor nenhum dizer que existem pelo menos garantidamente existem 250 empresas/serviços municipalizados que estarão encarregados pelo fornecimento da agua no(s) seu(s) respectivo(s) concelho(s), e que a maior se não mesmo todos procedem actualmente à facturação mensal. Agora eu peço aos leitores deste artigo para imaginarem as poupanças que se poderiam gerar com esta medida, por isso deixo um apelo a qualquer responsável de um serviço municipalizado de Portugal que venha a ler este artigo possa reflectir a possibilidade de aderir à facturação bimensal.
Em tom de conclusão, gostaria referir que escolhi os Serviços Municipalizados das Caldas da Rainha como poderia ter escolhido Óbidos ou Alcobaça ou qualquer outro concelho, o facto da escolha das Caldas da Rainha deve-se pela qualidade da informação financeira disponibilizada no sítio oficial (www.smas-caldas-rainha.pt) que facilitou imenso a recolha de informação. Por isso gostaria de deixar uma menção honrosa ao trabalho efectuado pelo departamento financeiro aos SMCR que tem apresentado relatórios e contas com uma melhoria na qualidade da informação financeira a cada ano que passa, que comparativamente a outros concelhos de Portugal apresenta uma qualidade bastante superior à média nacional.

David Marques Leal

N. R. – Gazeta das Caldas contactou os Serviços Municipalizados da Câmara Municipal das Caldas da Rainha e até ao fecho desta edição não obteve qualquer resposta.

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